26 de fevereiro de 2018
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Millennials atingirão maior índice de obesidade da história no Reino Unido

Nem tudo é boa notícia para os millennials, também conhecidos como a geração Y, pessoas que nasceram entre o início da década de 1980 até meados da década de 1990. A previsão é que eles atinjam os mais altos índices de obesidade de todos os tempos antes dos 45 anos de idade, de acordo com o Cancer Research UK, a principal organização de pesquisa sobre câncer do Reino Unido

O documento, divulgado em 26 de fevereiro pela organização, alerta que, se nada for feito, mais de 70% dessa geração terá excesso de peso ou obesidade ao atingirem as idades de 35 a 44 anos. Este índice é muito superior à população nascida entre 1945-1955. Na mesma idade, essa geração apresentava cerca de 50% de indivíduos com sobrepeso ou obesidade.

A notícia deixou a população do Reino Unido em estado de alerta. O excesso de peso é, hoje, a segunda maior causa evitável de câncer naquela região, superada apenas pelo tabagismo. De acordo com o Cancer Research, no entanto, ainda falta informação entre a população, que não conhece a relação entre excesso de peso e câncer.

O excesso de peso ou a obesidade estão ligados a diversos tipos diferentes de câncer no adulto, incluindo mama, intestino e rim.

The Guardian

O tema despertou especialistas e também a imprensa local, que avaliam que a obesidade deva começar a ser tratada como uma pandemia nacional.

Um dos principais jornais britânicos, o The Guardian, trouxe recentemente um artigo do jornalista Simon Jenkins, que citou o estudo alertando que a obesidade pode ser uma ameaça ainda maior que drogas ilícitas, como a maconha, para a geração Y.

O colunista aproveitou o espaço para criticar o governo, afirmando que segue esquivando-se da responsabilidade ao criminalizar as drogas, mas seguir permitindo a publicidade que mostra famílias felizes consumindo alimentos pouco nutritivos. Também classificou como irresponsável o anúncio de produtos não saudáveis para crianças em programas de televisão populares, bem como a autorização para o funcionamento de restaurantes de fast food perto de escolas.

Para Jenkins, o preço dos alimentos excessivamente calóricos e a baixa tributação, quando comparados a cigarros ou bebidas alcóolicas, são fatores que estimulam ainda mais o seu consumo. O jornalista sugere ampliar a fiscalização nas escolas, reduzindo alimentos ricos em gordura, farinha e açúcar, e rotulando-os de acordo com sua composição.

Prevenção

Diante do resultado do estudo, o Cancer Research UK está promovendo uma campanha no Reino Unido para aumentar a conscientização sobre os potenciais riscos da obesidade no desenvolvimento do câncer.

Uma das ações desta campanha foi distribuir pela cidade de Aylesbury falsos pacotes de cigarros para a população com a pergunta: “qual a segunda maior causa evitável de câncer?” Os participantes da campanha tiveram uma grande surpresa ao descobrir que dentro dos pacotes havia salgadinhos, e junto deles a resposta: obesidade.

Segundo a professora Linda Bauld, do Cancer Research UK, é preciso combater o marketing da indústria alimentícia e reduzir o consumo de alimentos não saudáveis para diminuir as taxas de obesidade.

Para a professora, os millennials são conhecidos por seguir tendências de alimentação aparentemente saudável, quando o ideal é adotar uma dieta realmente equilibrada, rica em frutas, vegetais, fibras, cereais integrais, e cortar junk food.

A campanha também visa garantir o apoio das famílias, para que mantenham um estilo de vida equilibrado e saudável dentro de casa, além de pressionar o governo a oferecer o melhor ambiente possível para que isso aconteça.

Tributação x preços

Diante dos dados do Cancer Research UK, o Fundo Mundial para a Pesquisa em Câncer (World Cancer Research Fund – WCRF) declarou que o número de adultos e crianças em todo o mundo com risco aumentado para desenvolvimento de câncer por estarem acima do peso aumentou consideravelmente desde 1975.

Em alguns casos, revela Kate Allen, diretora do WCRF, o aumento nos últimos 40 anos é de mais de 1000% apenas entre os indivíduos com obesidade. Outros 213 milhões de crianças e adolescentes e 1,3 bilhão de adultos com sobrepeso também têm risco aumentado.

Fontes:

Cancer Research

The Guardian

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